Genética, Arte e Kac


Assim que a ciência genética possibilitou a criação de vidas orgânicas hibridas, podemos também refletir sobre o uso desta tecnologia na criação de seres artificiais inorgânicos e híbridos. Sabendo que a fronteira que delimita o artificial e o natural é muito tênue, a bioarte assim pode contribuir para construir questionamentos a cerca deste tema.
Como um sonho que vem desde a Antiguidade (Galeno (ca. 130-ac.200)  esboçou seu modelo pneumático do corpo humano segundo a hidráulica de seu tempo. Heron de Alexandria automatizou a arte em seu teatro mecânico. Desde a Antiguidade a imaginação dos poetas e artistas produziu uma longa linha de quimeras), a criação de vida e consciência artificial é uma projeção do homem frente a tecnologia buscando dar vida ao inanimado. Hoje em dia, este é um tema polemico não tão distante, que estabelece relações de interesse e curiosidade entre as áreas da ciência e da arte.
Seguindo a ideia do campo da bioarte chamada de arte transgênica; que explora a manipulação biológica da vida através do uso de engenharia genética com objetivo de criar seres vivos únicos, Eduardo Kac faz suas experimentações que por vezes são polêmicas. Ao mesmo tempo em que seu trabalho evidencia a polêmica com relação à manipulação genética da vida, ao utilizar um coelho na concepção da sua obra que mais repercutiu a GFP Bunny, onde o artista infringe a ética com relação à vida do animal, sendo sua ação questionável.
GFP Bunny, trata de um coelho verde fluorescente criado por meio de modificação genética, onde foi introduzido no DNA do coelho a proteína GFP – Green Fluorescente Protein, que no estado natural é encontrada na medusa Aequorea Victoria. Esta proteína foi isolada e modificada em laboratório no sentido de aumentar sua fluorescência, resultando na EGFP, versão aprimorada da proteína por meio de mutação sintética. 

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